Estrada de Cerva alargada e rectificada
OPINIÃO
O troço da Estrada 312, entre Santa Eulália e Cerva sofreu grandes alterações. O antigo percurso, sinuoso e estreito, há muito que era contestado pelas populações. Portugal, o país que tem mais Mercedes por habitante, detesta estradas sinuosas e estreitas. Nisso somos radicalmente diferentes de países “subdesenvolvidos” como a Inglaterra e a Irlanda, onde as estradas do interior, impecavelmente asfaltadas, mal dão para se cruzarem dois carros. E por lá, se qualquer poder público se lembrasse de atravessar a montanha ou os campos com largas estradas, de cortes vibrantes e viadutos imponentes, seria corrido pelas populações que não tolerariam essa ofensa ao ambiente e à paisagem.
Mas nós, por esse Portugal fora, como desenvolvidos assumidos, adoramos os bulldozers, os cortes imponentes nas montanhas, os viadutos impressionantes… E adoramos acelerar com as nossas “máquinas”, prolongamento efectivo dos nossos “egos”. Somos assim, não há volta a dar…
Pois bem, o troço de Santa Eulália a Cerva transformou-se. Em primeiro lugar quase duplicou a largura do piso. Depois, porque privou os utentes de meia dúzia de curvas e acabou por encurtar aí uns 5 minutos na ligação. O que nos dias de hoje não é de menosprezar.
Ficaram rasgões na montanha? Mas que interessa isso? Aliás não são bonitos? E não é prova de empreendedorismo, de rasgo, de saber fazer em grande?
Duvido que o projecto tenha sido alvo de estudo ambiental. Mas até poderá ter sido – a A7 não o teve, com os rasgões que introduziu no vale de Cerva? Mas afinal que interessa?
O que é certo é que já podemos acelerar para Cerva. Ainda falta a camada final de asfalto e a sinalização horizontal. Quando tudo estiver pronto vai ser um gosto acelerar pelas novas curvas do Mourão. Pena não se terem deitado abaixo algumas casas de Alvite e da entrada de Cerva para não termos de travar nesses incongruentes estrangulamentos.
Continua a chover, e eu continuo azedo. É declaradamente do tempo!
O troço da Estrada 312, entre Santa Eulália e Cerva sofreu grandes alterações. O antigo percurso, sinuoso e estreito, há muito que era contestado pelas populações. Portugal, o país que tem mais Mercedes por habitante, detesta estradas sinuosas e estreitas. Nisso somos radicalmente diferentes de países “subdesenvolvidos” como a Inglaterra e a Irlanda, onde as estradas do interior, impecavelmente asfaltadas, mal dão para se cruzarem dois carros. E por lá, se qualquer poder público se lembrasse de atravessar a montanha ou os campos com largas estradas, de cortes vibrantes e viadutos imponentes, seria corrido pelas populações que não tolerariam essa ofensa ao ambiente e à paisagem.
Mas nós, por esse Portugal fora, como desenvolvidos assumidos, adoramos os bulldozers, os cortes imponentes nas montanhas, os viadutos impressionantes… E adoramos acelerar com as nossas “máquinas”, prolongamento efectivo dos nossos “egos”. Somos assim, não há volta a dar…
Pois bem, o troço de Santa Eulália a Cerva transformou-se. Em primeiro lugar quase duplicou a largura do piso. Depois, porque privou os utentes de meia dúzia de curvas e acabou por encurtar aí uns 5 minutos na ligação. O que nos dias de hoje não é de menosprezar.
Ficaram rasgões na montanha? Mas que interessa isso? Aliás não são bonitos? E não é prova de empreendedorismo, de rasgo, de saber fazer em grande?
Duvido que o projecto tenha sido alvo de estudo ambiental. Mas até poderá ter sido – a A7 não o teve, com os rasgões que introduziu no vale de Cerva? Mas afinal que interessa?
O que é certo é que já podemos acelerar para Cerva. Ainda falta a camada final de asfalto e a sinalização horizontal. Quando tudo estiver pronto vai ser um gosto acelerar pelas novas curvas do Mourão. Pena não se terem deitado abaixo algumas casas de Alvite e da entrada de Cerva para não termos de travar nesses incongruentes estrangulamentos.
Continua a chover, e eu continuo azedo. É declaradamente do tempo!