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04 junho 2007

Camilo presente no 1º Jantar Camiliano em Ribeira de Pena

INFORMAÇÃO




A sala do restaurante Cantinho do Churrasco foi pequena para acolher os quase 50 comensais que se reuniram na sexta-feira para assistir ao 1º Jantar Camiliano em Ribeira de Pena. Embora o modelo já tivesse sido experimentado há uma década no Restaurante Passos Perdidos, em Vilarinho da Samardã, era grande a expectativa dos presentes para uma noite que prometia uma ementa cuidada e uma animação à volta do escritor Camilo Castelo Branco.
A sessão teve início às oito e meia, com uma explicação sobre a iniciativa e uma evocação do aniversário da morte do escritor, acompanhada ao vivo pelo ruído do tiro dom suicídio.
Camilo chegou mais tarde. Ou antes, o Visconde de Correia Botelho, como Camilo exigia ser chamado no final da sua vida. Assumindo a presidência do jantar, começou por fazer um brinde à literatura portuguesa e aos escritores de língua portuguesa. Depois, ao longo do jantar, foi evocando pormenores da sua vida em Ribeira de Pena, explicando a razão porque tinha vindo para o concelho, o encontro com a Joaquina, o seu casamento mas, sobretudo, o seu fascínio pela pesca, a sua ida à romaria de S. Bartolomeu da Ponte de Cavez, a sua amizade pelo boticário Macário Afonso, com quem aprendeu a jogar às damas e ao gamão.
A fase final do jantar foi animada por um diálogo entre Joaquina Pereira de França e o seu pai, Sebastião Martins dos Santos, uma representação encenada pelo Professor Joaquim Jorge Carvalho, um elucidativo Sebastião, enquanto Joaquina esteve a cargo de Liliana Ribeiro, ela também ribeirapenense, psicóloga e actora amadora. Um momento de grande qualidade, aplaudido por todos os presentes rendidos ao texto e à qualidade da representação.
Mas não foi só a animação que entusiasmou os presentes. A ementa, cuidadosamente elaborada, teve nos milhos ricos o seu expoente máximo. E, apenas pelo insólito, houve duas entradas retiradas dos livros de Camilo, as batatas com casca embebidas em sal e o caldo de leite.
No fim, ficámos a saber que haverá dois jantares camilianos por ano, certamente num espaço maior para atender às muitas solicitações que entretanto apareceram. E que o município assume Camilo como um dos elementos mais importantes do desenvolvimento do concelho.
Uma noite cheia, que ficará na memória de todos os presentes…