Comunicado da Real Tertúlia de Pena

INFORMAÇÃO

Após duas novas reuniões, a Real Tertúlia de Pena lançou novo comunicado, com novas ideias para Ribeira de Pena.

Fruto dos últimos encontros, a REAL TERTÚLIA DE PENA divulga aqui algumas considerações que poderão contribuir para o desenvolvimento do concelho de Ribeira de Pena.
As novas acessibilidades de que o concelho se encontra actualmente dotado, poderão servir como canais de atracção. No entanto, essa atracção não se dá por si só, é necessário dinamizá-la, e como sempre a propaganda é fundamental. Considera-se assim que a aposta no desenvolvimento do turismo e na divulgação do concelho constituem uma base fundamental para a atracção de visitantes. Aposta no turismo, através da dinamização das potencialidades do concelho nos vários níveis (paisagístico, patrimonial, gastronómico, etc.), da dinamização das estruturas existentes (roteiros, caminhos pedestres...) e mesmo da criação de novas estruturas em áreas tão carenciadas como as do alojamento, da restauração e do apoio à animação, elegendo o turismo como uma actividade fundamental para o desenvolvimento concelhio. Aposta na divulgação, com uma boa política de propaganda não só a nível nacional mas também no estrangeiro, nomeadamente na Galiza, aqui tão próxima e que constitui um excelente mercado.
Considerou-se também que a aposta por parte do município na gastronomia típica regional como bandeira de propaganda, constituiria, junto com o linho que actualmente cumpre esse papel, um elemento enriquecedor para a atracção de visitantes, tal como se verifica em outras regiões do país. Na utilização dos milhos ou da carne maronesa por exemplo, como cartão de apresentação de Ribeira de Pena, o concelho encontra uma forma mais chamativa para a sua divulgação. Não se pede a despromoção do linho que representa sempre o artesanato, apenas se acrescenta um novo contributo. Dentro ainda da gastronomia, e de forma a potenciar a gastronomia típica no concelho, a Câmara Municipal poderia criar um concurso gastronómico de produtos regionais típicos do concelho, em que participariam os restaurantes do mesmo. Um concurso deste género não só atraía visitantes como permitia a criação de ementas típicas nos restaurantes. Outra ideia no mesmo sentido seria o lançamento de Semanas gastronómicas envolvendo os restaurantes locais, incentivados para aderirem através de compensações específicas e de amplas campanhas promocionais.
Considerou-se ainda que seria importante a dinamização da figura de Camilo Castelo Branco, mais um elemento fundamental para a cultura do concelho. Assim, em conjunto com o Centro de Estudos Camilianos, poderiam se realizar em Ribeira de Pena "Jantares Camilianos", que para além da parte gastronómica incluiriam palestras e dissertações para os participantes. A parceria com o Centro de Estudos Camilianos, a Casa de Camilo e a Associação de Cidades Camilianas deveria ser incentivada, com a proposta de novas iniciativas e a partilha daquelas que já estão colocadas no mercado da cultura.
A REAL TERTÚLIA DE PENA lembra o seu endereço electrónico: realtertuliadepena@sapo.pt

Ainda sobre tertúlias

OPINIÃO

O termo sempre me fascinou. Olhando para trás, ao longo da vida, não me lembro genuinamente de ter feito parte de nenhuma. Cheguei à vida adulta num período em que já eram raras e em que a pressa do dia-a-dia transformava os momentos de lazer e de encontro, institucionalizando-os em qualquer coisa de efémero e fútil. Uma por outra vez fiz parte de grupos que quase, quase foram tertúlias. Num momento próprio, eu mesmo lancei a ideia de uma tertúlia, não direi de fraca memória, mas seguramente fracassada.
A ideia do lançamento de uma tertúlia em Ribeira de Pena trouxe-me à memória uma série de momentos e sugeriu-me a partilha de algumas ideias.

Em primeiro lugar, não me parece que a genuína tertúlia seja uma instituição formal. Ou seja, que tenha regras e comportamentos precisos a observar por parte dos seus participantes. Uma tertúlia é, acima de tudo, um ponto de encontro, livremente assumido pelos que a integram e envolvendo componentes de lazer e de prazer. Sem objectivos precisos, sem prazo, sem rigidez nos participantes. Acontece pelo simples prazer de partilhar a companhia, as ideias, os sentimentos.
A tertúlia implica cumplicidade. Não unanimidade, antes a cumplicidade daqueles que se sentem unidos pelo prazer de partilhar e defender ideias, pelo sonho de ver concretizados os seus ideais. Exige continuidade, mesmo que não regular, um pacto virtual entre os participantes que se revêem num espaço físico concreto. À volta de uma mesa com copos e pratos de petiscos – ah, quem me dera ter vivido as tertúlias do século XIX em Paris, encharcadas em absinto!...
As tertúlias constroem-se vulgarmente à volta da reflexão de um tema. Um tema que une os participantes. Mas a reflexão é, por natureza, anárquica. Parecendo sem objectivo. Mas é no meio desta anarquia e desta desorientação que normalmente surge a ideia original, o sonho construível, o passo de gigante que torna velhas e esclerosadas as ideias consagradas.

Para os leitores que de há pouco tempo me acompanham, gostaria que soubessem que eu já tive, há uns três ou quatro anos, a veleidade de organizar um conjunto de reuniões mais ou menos regulares e subordinadas ao título de “Noites da Ribeira”. Convidei para elas um grupo de pessoas das minhas relações e amizade que, para além disso, tinham ou desempenhavam papéis significativos na vida de Ribeira de Pena. A ideia que propus a todos era, precisamente, conversar sobre o desenvolvimento de Ribeira de Pena e sobre o seu futuro. Com o objectivo de construir um corpo de ideias e de projectos que pudessem germinar mais tarde no seio das instituições.
Fizemos algumas reuniões dessas à noite, em Santa Marinha. A discussão foi fácil, as ideias muitas, o entusiasmo algum. Com a repetição, a ansiedade dos participantes começou a minar a simples reflexão. Num mundo pragmático, começou a reivindicar-se a acção, para lá da reflexão. O importante passou a ser a formalização de algo que institucionalmente pudesse dar sequência a algumas das ideias que foram surgindo. Quase todas elas de cariz económico, que o desenvolvimento para a maioria dos que ali se reuniram baseava-se nos cifrões. Chegou-se à decisão da constituição de uma Sociedade de Investimento, discutiram-se os nomes, sondaram-se os possíveis investidores.
Nessa altura, um romântico incorrigível como eu, não aguentou. Acabei de vez com as Noites da Ribeira que tinham deixado de me dar prazer e que como se realizavam em minha casa, apenas dependiam da minha vontade.
Por rebeldia, ainda fiz com alguns amigos mais íntimos uma nova edição da tertúlia. Que deixou de se chamar Noites da Ribeira para tomar o nome mais apropriado de Noites Inúteis. Com o compromisso de não darem origem a nada de concreto.

Vem isto a propósito da próxima reunião da Real Tertúlia de Pena na quinta-feira, para a qual fui convidado. Lá espero estar, acima de tudo para usufruir o prazer de partilhar com outros o amor à Ribeira. E para partilhar os sonhos que teimosamente ainda teimo em sonhar. Sem esperanças de nada mais do que usufruir o prazer do convívio. Minto, para além dessa esperança, outra levarei para o convívio – a de ver construir em Ribeira de Pena uma nova elite de pessoas capazes de pensar o território do concelho e de participar activamente na construção do seu desenvolvimento.

Resultados do Referendo em Ribeira de Pena

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Com uma forte abstenção, o Não foi vencedor em Ribeira de Pena. De acordo com os dados publicados pela Comissão Nacional de Eleições foram estes os resultados gerais e por freguesia em Ribeira de Pena:

Votação no Conc: RIBEIRA DE PENA Inscritos Votantes Abstenções Brancos Nulos Total Percent. Total Percent. Total Percent. Total Percent. 8168 2434 29,80% 5734 70,20% 23 0,94% 18 0,74%

Votação no Conc: RIBEIRA DE PENA SIM NÃO Total 677 1716 Percent. 28.29% 71.71%

Freguesias:

ALVADIA

Sim 10 (7,58%)

Não 122 (92,42%)

Brancos 2 (1,48%)

Nulos 1 (0,74%)

Abstenção 60,29%

CANEDO

Sim 25 (17,99%)

Não 114 (82,01%)

Brancos 1 (0,71%)

Nulos 1 (0,71%)

Abstenção 78,11%

CERVA

Sim 221 (30,19%)

Não 511 (69,81%)

Brancos 7 (0,94%)

Nulos 3 (0,40%)

Abstenção 69,64%

LIMÕES

Sim 28 (18,67%)

Não 122 (81,33%)

Brancos 1 (0,65%)

Nulos 2 (1,31%)

Abstenção 63,40%

RIBEIRA DE PENA (SALVADOR)

Sim 244 (28,41%)

Não 615 (71,59%)

Brancos 9 (1,03%)

Nulos 8 (0,91%)

Abstenção 67,95%

SANTA MARINHA

Sim 91 (40,44%)

Não 134 (59,56%)

Brancos 2 (0,87%)

Nulos 3 (1,30%)

Abstenção 75,08%

SANTO ALEIXO DE ALÉM TÂMEGA

Sim 58 (37,18%)

Não 98 (62,82%)

Brancos 1 (0,64%)

Nulos 0 (0,0%)

Abstenção 76,43%