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18 dezembro 2006

Salvador na Baía




INFORMAÇÃO

Tive oportunidade, mais uma vez, de passar uns dias em Salvador da Baía. Em trabalho, participando na EXPOBRASIL desenvolvimento local, reservei o sábado para usufruir do centro histórico, vulgarmente conhecido por Pelourinho e classificado como Património Mundial. Num dos largos que antecedem o Pelourinho há um café dedicado aos bons charutos da Baía e que serve Expresso Segafredo, uma raridade no Brasil. Não é de estranhar que esse seja sempre o meu destino prioritário. Num ambiente requintado onde impera a madeira e o tabaco, usufruindo um bom café, degustando uma cachaça velha e fumando um “puro”, enquanto vislumbro o mundo agitado lá fora, as horas passam lentas e gostosas.
Como sempre, impõe-se uma visita à Catedral de Salvador. Não por ser a mais rica Igreja de Salvador, ofuscada pelo ouro da Igreja de S. Francisco, ali ao lado. A Catedral, imponente nas suas formas, invoca o Divino Salvador, tal como a nossa Igreja Matriz, em Ribeira de Pena. Que foi obra de benemerência de Manuel José de Carvalho, emigrante ribeirapenense em Salvador da Baía, que a mandou edificar em cumprimento de uma promessa.
Salvador da Baía era, no século XVIII, a capital do Brasil, a sua cidade mais pujante em termos económicos e políticos e o jovem ribeirapenense ali estabelecido não terá deixado de valorizar a invocação dupla do Divino Salvador. Desconhecemos que instruções precisas terá dado para a construção da Igreja em Ribeira de Pena. Já li em textos provenientes do Brasil que a imagem, imponente, que figura na fachada da Igreja Matiz de Ribeira de Pena, terá vindo expressamente do Brasil, sendo cópia da que figura na Catedral de Salvador. Eu gostaria que assim fosse e, sempre que regresso ao Brasil e visito a Igreja, tenho a secreta esperança de confirmar esse facto. Mas não! Na Catedral de Salvador, na Baía, existe uma grande imagem barroca do Divino Salvador, enquadrada num nicho de granito no arco que introduz o altar-mor. Uma imagem de grande beleza, que não tem, porém, outra semelhança com a de Ribeira de Pena que não seja a inerente a serem da mesma época e da mesma invocação.
Mesmo assim, em Salvador da Baía, contemplando o Divino Salvador na sua Catedral, senti-me mais próximo da Ribeira. E vislumbrei lá no canto, a mesma saudade nos olhos do fantasma de Manuel José de Carvalho. Que foi grande na Baía e que seguramente, contemplando aquela imagem, terá recordado muitas vezes os longos e verdes vales da sua Ribeira.