Ribeira de Pena Online

Ribeira de Pena Online pretende divulgar informação e opinião sobre Ribeira de Pena e as suas gentes

Nome:
Localização: Ribeira de Pena, Portugal

Ribeirapenense por opção e devoção. Cidadão activo e participante na área da cultura e do desenvolvimento. Com opinião e ainda com uma réstea de esperança.

20 abril 2006

Publicação anónima surge em Ribeira de Pena

INFORMAÇÃO COM OPINIÃO

Chama-se “Penato atento” e tem a dimensão de uma página A4. Chega às mãos dos leitores através de email, mas alguns receberam-no fotocopiado pelo correio. Tem um aspecto gráfico cuidado e as marcas marginais de impressão revelam que a sua feitura se deve a quem domina as técnicas gráficas. Assume a sua periodicidade “quando calha”, mas o número 1 (“edição 1”) saiu em Março, a 2 em Abril. Subscreve-se no cabeçalho como “necessariamente necessário à DEMOCRACIA”.
Num texto intitulado “O porquê de existir”, à moda de editorial e referindo o facto do desaparecimento, quase total, da imprensa local, assume que pretende ser “esse órgão de denúncia, tão necessário às democracias de hoje”. Define-se assim, frontalmente, o propósito da iniciativa – a denúncia!
Denúncia de quê? Analisando os dois números divulgados, denúncia do executivo camarário e dos seus representantes. Se não vejamos: Notícia 1 -Agostinho Pinto, Germinal Rodrigues e Albino Afonso entregam de mão beijada lagar de azeite do Bucheiro (a propósito da deliberação da Câmara de entrega a um munícipe daquele espaço para a montagem de um café bar); Notícia 2 – Em 2004 a Câmara Municipal de Ribeira de Pena deu de beber aos seus residentes das piores águas em Portugal (referindo facto recentemente divulgado na Imprensa nacional); Notícia 3 – Rigor nos cumprimentos dos horários … mas só para os funcionários (cumprimento de horários não respeitado pelo presidente e vereadores); Notícia 4 – Germinal e Albino Afonso usam e abusam … com a conivência de Agostinho Pinto (sobre a utilização particular de viaturas municipais pelos vereadores da Câmara); Notícia 5 – Mercado Municipal é uma farsa (sobre “negociatas” de amigos na utilização do remodelado mercado.
Para além destes cinco textos, duas perguntas: uma sobre a razão porque serão necessários dois vereadores a tempo inteiro e outra sobre as horas extraordinárias de um fiel de armazém que é cunhado do presidente.
Temos, portanto, dois factos objectivos: o "Penato atento" nasceu para denunciar; o alvo óbvio da publicação é o executivo municipal.

Os autores do "Penato atento" consideram – e afirmam-no expressamente – que a sua intervenção é um acto cívico, necessário à democracia. Assumem, pois, um papel de vigilantes e de moralizadores. O que não seria de menosprezar não fora o facto de assumirem a sua vigilância e moralização atrás de um assumido anonimato. Que, no nº 2 reiteram ao afirmar que “…mesmo cobardemente, é preferível manter o anonimato".
E aqui reside, a meu ver, o grande telhado de vidro deste projecto. Os factos referidos na publicação são reais (os juízos de intenção implícitos, não passam disso). Porquê o medo de dar a cara? Um dos princípios da moral é, precisamente, assumir a responsabilidade dos seus actos. Assumir a responsabilidade dos actos é assumir as consequências que eles implicam. Assumir a responsabilidade dos actos é dar a cara.

Pessoalmente, vou continuar atento a esta campanha de denúncia. Mas recuso a sua pretensa cruzada moralizadora. Recuso a sua pseudo luta cidadã. Recuso terminantemente a sua máscara anónima. Atitudes de denúncia anónima têm nome – chamam-se delação. E eu não gosto de delatores. Mesmo que eles possam, de vez em quando, ter razão…

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Não se entende esta incongruência no discurso de tão opinativo e ilustre Ribeirapenense! Se, como o subscritor ressalva, os factos relatados são verídicos, não necessita vir a público e fazer a defesa da pureza da virgem. Como muito bem sabe quem vive em Ribeira de Pena, a perseguição não se move a quem diz falsidades, mas sim a quem ousa dizer verdades que de algum modo atinjam o stautus quo político vigente.
Não se censure portanto quem, apesar de não possuir um estatuto de independência que lhe permita assumir a paternidade do que escreve sem sofrer represálias, tem a preocupação cívica de denunciar o que entende serem atropelos e má utilização dos recursos municipais.
Se a preocupação do subscritor é a interpretação pessoal que o autor de tal folhetim faz dos factos que relata, e o reflexo que isso pode ter nos munícipes, também neste particular não se deve ralar. Os Ribeirapenenses são, ou deviam ser, pessoas esclarecidas, capazes de, por moto próprio, retirarem as conclusões que julguem adequadas dos FACTOS que lhes são apresentados. Isto apesar de alguns opinion makers não se conformarem com isso!

M. Sabroso

31/10/06 16:31  

Enviar um comentário

<< Home